Estou super feliz com o convite pra contribuir um pouquinho aqui no UASZ. Como a Jojo contou no outro post, eu moro na África do Sul, onde montei uma marca de moda para tentar ajudar a melhorar a vida das pessoas ao meu redor.
Começando pelo começo, sei que um bom tempo já se passou, mas queria relembrar um assunto lá do começo do ano. O baile da Vogue incomodou muita gente (a Jojo até fez um post por aqui falando sobre o assunto), especialmente por conta da generalização de um continente tão rico.
Se a gente não gosta da fórmula Brasil = futebol + Carnaval + mulher pelada, por que é ok se fantasiar de mulher das cavernas pra representar a África?
A África é um continente enorme. Quase duas vezes maior do que a América do Sul. E com tantas culturas que nem o Wikipedia conseguiu me dizer quantas exatamente. Só na África do Sul são quase 11 culturas oficiais (sem considerar todas as outras culturas de imigrantes africanos que moram aqui).
E toda essa diversidade só poderia resultar em um continente cheio de talentos que, infelizmente, não foram retratados na festa da Vogue.
E é um pouco desse talento que eu queria mostrar nesse primeiro post. Mostrar que existe sim uma África pop, alegre, moderna, colorida, fashion. E, como eu adoro uma pesquisa de moda mesmo, aqui vão três marcas que provam exatamente isso.
Assim como o objetivo da Shwe é traduzir a África do Sul, esses designers criam com o que há ao redor e, assim, traduzem outros pedaços desse continente tão diverso.
Nascido na Nigéria, Duro Olowu hoje mora entre Londres e Nova Iorque, mas todas as suas peças gritam África. É tanta cor e estampas contrastando lindamente que dá pra entender o tanto de prêmio que o moço já ganhou.
O Laduma Ngxokolo é um designer que desenvolve peças lindas de tricô com estampas inspiradas na cultura dele, a Xhosa. Olha só que peças mais bacanas e prints cheios de design!
A Pichulik nasceu depois que a artista Katherine-Mary foi pra Índia e voltou pra África tão inspirada que decidiu começar sua própria marca de acessórios com materiais que encontrou quando chegou. As peças são grandes, chamativas, elaboradas, mas cheias de delicadeza.
Bem, essa é só uma amostra desse continente riquíssimo, cheio de gente bacana e com uma moda original e, sim, muito pop.
Então, fica a dica pra quem quiser homenagear de verdade a África: nada melhor do que começar reconhecendo o talento que nasce aqui.
Espero que vocês tenham gostado e, se tiverem alguma dúvida, dica ou sugestão, podem deixar aqui nos comentários. O legal mesmo é a gente usar esse espaço pra papear e descobrir coisas juntos!