As mulheres incríveis que eu conheci na África do Sul
29 de Janeiro de 2017 POR Jojo COMENTA AQUI!

2017 mal começou e ele já me deu um presente enorme.

Quem me acompanha no Insta provavelmente reparou que, algumas semanas atrás, a minha timeline foi invadida por fotos maravilindas de uma viagem que tive o enorme prazer de fazer.

A convite da Pandora, marca de jóias que é sucesso no mundo todo além de fazer um trabalho ético e super consciente nas comunidades em que atua, eu embarquei para a Cidade do Cabo, na África do Sul. Fui sabendo que ia fazer parte de uma campanha deles, mas confesso que não imaginava como essa viagem ia mexer tanto comigo.

A verdade é que Cape Town é linda. Eu sou suspeita pra falar, mas essa coisa de mar com montanha é um combo bom danado. E o resultado são vistas espetaculares de qualquer ponto da cidade. Fora isso a cidade em si é cheia de coisas legais pra fazer, bairros gostosos pra explorar e restaurantes pra experimentar, além de um povo super simpático e uma cultura super rica.

Mas esse post de hoje não era pra falar sobre isso. Hoje eu queria mesmo falar sobre as duas moças que eu conheci nessa viagem e que encheram esses quatro dias de aprendizados que eu vou levar pra vida toda.

A Gabby e a Maria estavam lá fazendo a mesma coisa que eu, foram convidadas pra fazer parte de uma campanha que mostra mulheres cheias de auto-confiança, felizes de ser quem são. E aí preciso dizer que realmente fiquei muito orgulhosa e lisonjeada de ter sido escolhida pra fazer parte desse grupo.

Mas quero falar mesmo é sobre essas duas moças que, ao longo de quatro dias me inspiraram tanto e, portanto, tenho certeza de que vão inspirar vocês também. Bora?

Conheci a Gabby no avião mesmo. Ela mora em NY mas o vôo dela fez escala em Londres e acabamos sentadas uma do lado da outra durante o vôo de 11 horas até a Cidade do Cabo. Preciso nem dizer que chegando lá parecia que a gente se conhecia há anos.

A Gabby é dessas almas iluminadas. Pessoa sensível, com olhos generosos. A Gabby é artista plástica, estuda design e é modelo. Sua agência é especializada em modelos que fogem do “padrão”, gente que apesar de não vestir 34, consegue trazer um elemento de personalidade único pra tudo o que faz.

E nada poderia descrever melhor essa moça do que isso mesmo. Ela tem um ritmo próprio, mais leve que o resto do mundo. Está sempre com sua câmera em punho, esperando que o mundo manifeste sua beleza a qualquer momento. Por outro lado, ela defende fervorosamente as coisas em que acredita. Feminista e ativista negra, Gabby fez questão de ir até Washington na semana passada para estar presente na Women’s March.

Sua personalidade única também se manifesta no seu estilo. Suas tatuagens cheias de significado, seu cabelo lindamente natural, suas axilas não depiladas. Seu corpo, seu estilo, suas regras (ou sem regras, né?).

O Instagram da moça é um sopro de ar fresco, cheio de fotos sem tratamento, com cara e sensibilidade de vida real.

GabbyRichardson

A minha outra companhia nessa viagem foi a Maria. E eu preciso dizer, com alguma vergonha, que Maria é a primeira muçulmana que eu conheço na vida. Tô falando conhecer mesmo, sabe? Bater papo, ouvir sobre a vida, perguntar coisas, contar coisas.

E que lindo foi isso! Ter a oportunidade de conhecer alguém que quebra todos os estereótipos que você nem sabia que existiam dentro de você. Maria é americana, fruto de uma mistura linda de pai Palestino com mãe Porto-riquenha. Nasceu no Alabama e hoje mora em Nova Iorque onde trabalha numa empresa de relações públicas e sonha em ter seu próprio negócio de moda.

Aliás, estilo é o que não falta pra moça. Seu perfil no Instagram virou instantaneamente um dos meus preferidos. Inspiração purinha e verdadeira de looks e make (ela manda muito bem!).

 

MariaAlia

Entre os nossos muitos papos, Maria me contou que usa o hijab (turbante típico de sua religião) por escolha própria. Seus pais não são tão tradicionais e sua irmã, por exemplo, escolheu não usar. Perguntei se ela já se sentiu ameaçada por conta de sua religião, suas origens. Ela afirmou que nunca sofreu nada pessoalmente, mas que a situação atual dos EUA a assusta. Algumas de suas amigas já foram xingadas na rua, especialmente em sua cidade natal no Alabama, notavelmente mais conservadora do que NY.

A verdade é que eu me encantei com a Maria logo de cara, com seu jeito doce, sorriso fácil e estilo impecável. Mas foi depois desses quatro dias que realmente vi o tanto que os nossos papos me ajudaram a ser uma pessoa um tiquinho melhor. Voltei de Cape Town decidida a me abrir mais pro mundo. Conhecer gente que vem de contextos diferentes do nosso é o único jeito de quebrarmos estereótipos e criarmos verdadeira empatia uns pelos outros. E não é disso mesmo que o mundo precisa?