Eu sempre adorei carimbar o bom e velho passaporte, mas, desde que rolou a mudança aqui pra Londres, a gente passou a viajar muuuuuuuito mais. Nesse um ano e meio aqui na terra da Rainha, a gente já foi pra um monte de lugares e o meu Instagram é a prova viva e digital disso. Mas nenhum lugar fez mais sucesso por lá do que a…………….. Islândia.
Nunca uma viagem ganhou tantos likes (inclusive batemos o recorde de fotos com mais likes na história do meu perfil no Insta com essa foto aqui) e nunca o meu inbox recebeu tantas mensagens queridas de meninas falando que amam o país ou querendo dicas pra uma futura visita.
A verdade é que eu acho que o sucesso virtual foi simplesmente um reflexo do quão fascinante é esse país. Portanto, não tinha como não fazer um post sobre essa viagem que, realmente, foi super mágica. Passamos só 4 dias e posso afirmar com toda certeza que nas primeiras 24 horas eu já tava completamente fascinada.
A ideia desse post não é ser um guia completo, até porque, em quatro dias, não deu pra ver tudo. O que eu decidi foi compartilhar algumas coisas que acho que vale a pena saber antes de ir. Então, lá vamos nós, aqui vão as 10 coisas pra saber antes de visitar a Islândia.
1. É CARO, MAS VALE CADA CENTAVO
Nesse tempo de Europa a gente deve ter viajado pra mais de 20 lugares diferentes e eu posso falar com muita certeza: a Islândia foi o mais caro de todos. Dito isso, eu voltaria mil vezes, feliz em gastar o meu rico dinheirinho explorando esse país tão sui generis.
Maaaas, como a gente não é milionário e não gosta de torrar dinheiro a toa, aqui vão algumas dicas de como economizar:
- Alugar um carro pra rodar o país ao invés de pegar os tours de um dia de ônibus. Eles são caros e lotados. O mais legal da Islândia é ir visitando os lugares no seu ritmo, evitando os horários super turísticos, curtindo pontos menos óbvios, fora do roteiro das companhias de turismo. E simplesmente parando o carro e indo ver alguma coisa quando dá vontade.
- Ir no mercado e preparar sanduíches pra comer durante o dia ao invés de parar num restaurante. Mesmo os restaurantes de beira de estrada podem ser bem caros, especialmente se forem perto de um ponto turístico. A gente saia de manhã com uma sacola cheia de sanduíche de atum e guardava o nosso dindin pra jantar em lugares legais ao invés de castar com duas refeições.
- Reserve um hotel que inclua café da manhã, é mais uma refeição que você economiza.
- Quando em Reykjavic, ande ao invés de pegar um taxi. A cidade é bem pequena então dá pra ir andando pra qualquer lugar. Fora que é um ótimo jeito de explorar os bairros.
- Procure lugares que os locais frequentam, os ingressos costumam ser beeeem mais baratos do que nos lugares mais turísticos. A Secret Lagoon é um bom exemplo, uma piscina natural de água quente ou Gamla Laugin, menos chique e turística do que a Blue Lagoon frequentada por locais. Olha ela aqui:
2. NÃO É FÁCIL VER A AURORA BOREAL, MAS RELAXA QUE O PAÍS É MUITO MAIS DO QUE ISSO
A primeira coisa que todo mundo te pergunta quando você conta que tá indo pra Inslândia é: “Vai ver a aurora boreal?”. Não, minha gente, eu não fui pra Islândia pra ver a aurora boreal. Eu fui pra Islândia pra ver a Islândia. Digo isso não porque eu não tenho vontade de ver a esse fenômeno natural incrível, mas ir pra lá com esse único objetivo é correr risco de se frustrar.
A verdade é que mesmo na alta temporada de aurora boreal (de Novembro a Março), é possível que leve algumas tentativas até você conseguir ver as luzes. Muitas vezes o céu tá nublado e a visibilidade não tá tão boa, o que acaba exigindo novas tentativas em diferentes lugares da região.
A gente foi em Abril, ou seja, um pouquinho depois do final da temporada. Mas se a gente se empenhasse mesmo, ainda tinha chance de vermos. A questão é que a gente preferiu usar o nosso pouco tempo no país pra explorar o país, ao invés de focar na aurora boreal. E foi incrível!
Definitivamente queremos planejar uma nova ida pra tentar ver o fenômeno, mas foi incrível poder descobrir a Islândia sem a pressão de ter que correr atrás de apenas uma das maravilhas desse país.
3. O PEIXE E OS FRUTOS DO MAR SÃO INCRÍVEIS
Não perca nenhuma oportunidade de comer peixe e frutos do mar neste país. A indústria da pesca é super importante pra economia da Islândia e, como é tudo pescado ali mesmo, o peixe é MUITO fresco.
Eu recomendo três lugares, com três faixas de preço bem diferentes, em que a gente foi e comeu muito bem. Aqui vão eles, do mais barato ao mais caro:
- Sea Baron: uma casinha de pescador no meio do porto de Reykjavic foi onde comi a melhor sopa de lagosta da minha vida. Vale também pedir um espetinho de peixe ou vieira pra acompanhar.
- Bjórgarourinn: melhor fish & chips que já comi na vida! E uma seleção maravilhosa de cervejas artesanais pra acompanhar.
- Fish Market: se tem um lugar que vale a pena guardar um dinheirinho pra ir jantar é o Fish Market. O menu degustação é inspirado em diferentes regiões e ingredientes típicos da Islândia.
4. NÃO PODE PISAR NOS MUSGOS
Basta passear um pouquinho pelas estradas da Islândia pra dar de cara com enormes campos verdes, com formações vulcânicas redondinhas que dão ao chão o aspecto de nuvens, todas cobertas por musgos.
A Islândia tem mais de 600 tipos de musgos, uma espécie de vegetal que vive bem no clima frio e com água em abundância da região. Porém, o musgo também é uma espécie super frágil e que demora centenas de anos pra se recuperar se pisada por pezinhos humanos ou animais. Portanto, pra preservar essa beleza natural típica da região, sempre se mantenha nos espaços delimitados pra caminhada e não pise nos musgos!
5. ÁGUA QUENTE BROTA DO CHÃO
O clima pode ser frio, mas o que não falta é água quente saindo do chão. É tanta água quente que é ela que abastece de calor as casas das pessoas país afora.
Olhando por um lado menos prático e mais divertido a abundância de água quente brotando do chão rende pro país um monte de pontos turísticos diferentes. Aqui vão os que a gente foi e amou.
- Os geysirs que fazem parte do Golden Circle – um roteiro de pontos turísticos bem pertinho de Reykjavic – são incríveis. Basta chegar lá e esperar uns minutinhos pra presenciar uma explosão de água saindo do chão. Fenômeno incrível.
- As piscinas geotermais. A gente foi em duas. A primeira foi a Blue Lagoon e, vou falar um troço pra vocês, foi um dos lugares mais loucos e lindos que eu já fui na vida. Parece que a gente aterrisou em outro planeta.
A outra foi a Secret Lagoon, que eu falei aqui em cima. Bem mais low profile, a experiência é bem diferente, mas vale super a pena.
6. NO VERÃO O SOL NUNCA SE PÕE
A Islândia fica láaaa em cima do mapa mundi. Por isso, durante o verão, o sol praticamente não se põe. Sim! Meia noite e o bichinho ainda tá lá no céu firme e forte. Por outro lado, durante o inverno, o dia dura pouquíssimo com o sol nunca chegando a nascer de verdade.
Portanto, na hora de se programar pra ir pra lá, leve em consideração as horas de luz do dia. A gente foi em abril, entre estações e conseguimos ter dias bem compridos, com direito a sol se pondo lá pelas 9 da noite, então deu pra aproveitar bem as horas de luz.
7. AS GELEIRAS SÃO MUITO IMPRESSIONANTES
Eu não tinha noção do que era uma geleira até ter dado de cara com uma.
Uma geleira se forma ao longo de milhares de anos, acumulando neve a cada inverno, diminuindo um pouquinho a cada verão, até se tornarem imensas, ocupando espaços enormes (uma das que a gente visitou tinha mais de 160km), contendo milhares de camadas de gelo.
A gente foi em duas. Numa delas, fizemos um passeio de snowmobile – uma espécie de motinha com skies embaixo que anda sobre a neve – e fomos até o meio dela. Você chega lá no meio daquele gigante de gelo e se sente em outro planeta, num cenário branco em que a neve se confunde com as nuvens.
A outra a gente foi por acaso. Estávamos na estrada, indo de uma cachoeira pra outra (falo delas já já), quando vimos um bloco branco entre as montanhas. Resolvemos mudar a rota e ver aquilo de perto. Em 10 minutos estávamos na frente da geleira e toda a sua magnitude. Sensação indescritível de ser tão pequena e estar na presença de um fenômeno da natureza tão gigante.
8. SÃO MAIS DE 10 MIL CACHOEIRAS ESPALHADAS PELO PAÍS
E cada uma é mais linda que a outra. A gente visitou algumas e em cada delas, a gente ficava babando com tanta beleza e paz que elas transmitem. Aqui vão as minhas preferidas:
- Gullfoss: ela é um dos pontos turísticos do Golden Circle que eu falei aqui em cima e é gigantesca. O mais legal é que dá pra ver ela de cima e depois descer e ver ela mais de baixo.
- Skógafoss: feche os olhos e pense numa cachoeira. Provavelmente a imagem que veio na sua cabeça é parecida com Skógafoss, uma queda d’água única, super alta e que cria ao seu redor aquele vaporzinho que deixa tudo ao redor com um ar de mistério.
- Seljalandsfoss: cachoeira super linda com uma trilha que te leva pra ver a queda d’água por traz! Olha que perspectiva incrível!
9. DUAS PLACAS TECTÔNICAS SE ENCONTRAM POR LÁ
A Islândia é cortada pela Dorsal Meso Atlântica, o encontro das duas placas tectônicas que separam Europa e América do Norte. O ponto mais legal de ir ver esse encontro é no Parque Nacional de Thingvellir.
Se você estiver no clima pra um programa mais aventureiro, dá também pra ir mergulhar no lugar onde é possível tocar nas duas placas ao mesmo tempo, literalmente com um mão na Europa e a outra na América.
10. O POVO É MUITO SIMPÁTICO
Num país tão lindo é impressionante como uma das coisas mais legais é o povo. Os islandeses são educados, bem humorados, prestativos e super conscientes sobre a importância de cuidar do meio ambiente pra preservar a beleza e riqueza desse país.
Bem, espero que agora você esteja se sentindo mais animada e preparada pra ir visitar a Islândia. E se você tiver alguma dica que não pareceu por aqui, não deixa de deixar o seu comentário aqui embaixo!