O bê-a-bá de Roma
7 de Fevereiro de 2019 POR Jojo COMENTA AQUI!

Na semana passada a gente fez uma viagem rápida (de 3 dias pra ser mais exata) pra uma das minhas cidades preferidas aqui na Europa. A famosa “Cidade Eterna”, capital dos carboidratos mais deliciosos desse planeta, onde a história de milênios atrás se confunde com o presente.

É a segunda vez que a gente visita Roma. A primeira também foi uma passagem curtinha (também de três dias) no ano passado. Acabou que não deu pra ver tudo daquela vez e passamos um ano com uma coceira pra voltar e ver o que faltava.

A verdade é que voltamos dessa vez, vimos mais um tanto de coisas, mas ainda não deu pra ver tudo.  Roma é dessas cidades que você precisa passar um mês (ou um ano?) pra realmente conhecer, mas dessa vez a gente conseguiu ir embora com a sensação de missão cumprida. Terminamos de ver o pacotão básico turístico, entendemos melhor a cidade, nos hospedamos num lugar super legal e perto de tudo e comemos MUITA coisa boa.

 

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E como eu não postei depois da nossa primeira ida, esse post aqui é pra compartilhar as dicas que a gente coletou ao longo dessas duas viagens, então se prepara que vai ser bom e bem completinho. Bora?

QUANTO TEMPO FICAR

A primeira dica é justamente pra vocês não cometerem o mesmo erro que eu cometi.  Roma tem muita coisa pra explorar: história, religião, gastronomia, arte, cultura. 3 dias é muito pouco pra explorar tudo isso. Então, se você puder, eu diria que 5 dias seria o mínimo pra você ver o basicão da cidade.

ONDE FICAR

Roma não é uma cidade enorme e a maior parte dos pontos turísticos estão concentrados numa área não muito grande. Então, se você tiver disposição (e um sapato bem confortável), dá pra fazer praticamente tudo a pé.

Como táxi e Uber na cidade não são muito baratos, vale muito a pena ficar próximo dessa área central. Na primeira vez, a gente ficou num airbnb bem central, mas meio tosco. Dessa vez preciso dizer que acertamos em cheio.

O Crossing Condotti é um misto de hotel e Airbnb bem na meiuca de Roma.

O prédio que abriga o “hotel” tem pra lá de 200 anos e costumava ser um endereço residencial chiquérrimo, uma travessa charmosa da rua de compras mais glamurosa da cidade, a Via dei Condotti. E, mesmo que você não queira gastar o seu rico dinheirinho numa das inúmeras lojas de marca ali do lado, a localização não podia ser melhor: a 2 minutos da Praça de Espanha, a 5 minutos a pé da Fontana de Trevi, a 10 minutos do Panteão.

 

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Mas o que eu amei no Crossing Condotti é como eles focam nas coisas que fazem diferença. A guesthouse (em português “casa de hóspedes”) como eles gostam de ser chamados, é composta por só 5 quartos, cada um decorado de um jeitinho diferente, todos combinando harmoniosamente elementos de design moderno com peças antigas que estão na família dos donos há séculos.

Ao invés de um restaurante, o hotel tem uma espécie de dispensa comum com biscoitinhos e bebidas não alcóolicas à vontade, além de máquinas de café expresso em todos os quartos. Fora o café/patisserie do outro lado da rua que tem os melhores panines que eu já encontrei na vida.

 

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O QUE VER

Tem muuuuuuita coisa pra ver nessa cidade, então vou fazer uma lista rápida dos pontos que pra gente foram os mais legais:

Vaticano: mesmo se você não for católico, o Vaticano vale a visita pelo seu valor histórico e artístico. A minha dica é pegar uma visita guiada, especialmente por dois motivos: o primeiro é que com o ingresso da visita guiada você consegue pular a fila (que, especialmente durante a alta estação, pode ser bem longa), segundo porque o guia vai te contar sobre a história desse lugar e explicar sobre as obras de arte mais importantes, inclusive a Capela Sistina, ponto final da visita.

 

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Basílica de São Pedro: coloquei a Basílica separada do Vaticano porque, apesar dos dois serem no mesmo lugar, as entradas são diferentes. Pra entrar na Basílica você não precisa de ingresso, basta pegar a fila, passar pelo controle de segurança e você tá lá. E vale a pena: a igreja é uma verdadeira obra de arte e é onde vários papas estão enterrados.

Coliseu: talvez o meu ponto turístico preferido na cidade (qualquer fã de Gladiador vai entender o que eu tô dizendo). Novamente, a minha dica é comprar a visita guiada pra poder entender melhor a história fascinante desse lugar). A gente comprou a nossa pelo site Coop Culture

 

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Panteão: taí um lugar fascinante! Um prédio construído há dois mil anos pra adoração dos antigos deuses pagãos (do latin Pan significa múltiplos e Theos significa deuses) e que continua inteirinho de pé e sendo usado até hoje como uma igreja. Um lugar onde passado e presente convivem diariamente. A entrada no prédio é gratuita. Vale entrar e pegar um audio guia (eles tem em portugês), custa 6 euros e explica um pouco da história do prédio.

Fontana di Trevi: a fonte mais linda, mais imponente e mais famosa de Roma é visita obrigatória, nem que seja só pra tirar uma foto. Ah! E reza a lenda que quem jogar uma moeda nas águas da fonte tem retorno à cidade garantido.

Altare della Patria: um prédio / monumento gigantesco e super lindo , inaugurado em 1911 em homenagem ao Rei Vittorio Emanuele, que unificou os territórios e fez a Itália se tornar um país.

 

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Coluna de Marco Aurélio: uma coluna enorme, de 2 mil anos, foi feita em homenagem ao Imperador Marco Aurélio e ao longo de seus quase 40 metros de altura foi esculpida em mármore carrara a a história da batalha do Danúbio . Segundo a nossa guia, a Coluna pode ser encarada como a primeira história em quadrinhos do mundo.

Castel Sant’Angelo ou Mausoléu de Adriano: um palácio inteiro do ano de 139DC, às margens do Rio Tiber, comissionado pelo próprio imperador Adriano para servir de mausoléu para o ele e sua família.

 

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Praça da Espanha e Piazza Navona: Roma é cheia de praças lindas, mas essas são pontos essenciais pra visitar na cidade. A Piazza de Espanha com seus degraus que levam à Igreja Trinitá del Monti (e a uma vista maravilhosa da cidade) e a Piazza Navona, tão linda quanto cheia de história.

MAXXI: depois de ver tantos prédios e obras de arte milenares, fechamos as dicas de pontos turísticos com essa pérola contemporânea. O museu de arte e arquitetura contemporânea de Roma é, por si só, uma jóia arquitetônica. Desenhado pela Zaha Hadid, uma das arquitetas mais celebradas da atualidade, o prédio é já vale a visita.

 

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Pra finalizar, uma dica boa pra otimizar tempo e din din na viagem é reservar um “walking tour”, ou tour à pé. Disponível em várias cidades do mundo – inclusive no Brasil – o tour é gratuito e feito por guias profissionais que trabalham só à base da gorjeta. Geralmente você faz reserva pela internet e o grupo se encontra num ponto de referência pré determinado (o nosso era na Praça de Espanha). O guia então vai te levando à pé até alguns dos principais pontos turísticos da cidade e te explicando cada um deles. Ao final você paga a gorjeta que achar justa pela qualidade do serviço prestado (a gente pagou 5 Euros cada um). Como você é quem determina quanto pode e quer pagar, acaba sendo um jeito mais acessível de conhecer mais a cidade. A gente reservou o nosso pelo Rome Free Walking Tour.

ONDE COMER

Eita que essa sessão precisa de um post inteiro só pra ela. A impressão que eu tenho é que qualquer buraco na parede em Roma tem a melhor comida do mundo. Eita povo consistente no quesito qualidade culinária! Aqui vai uma seleção dos melhores entre os melhores que a gente foi:

Ristorante Tullio: o Tullio me lembrou aqueles restaurantes super tradicionais de Copacabana, com toalhas brancas super bem passadas nas mesas e garçons velhinhos que já estão na casa há mais de 20 anos e carregam com maestria suas bandejas. O lugar é bem old school mesmo e esse é todo o charme dele. Mas o que brilha mesmo são as massas. Pelamordedeus, peça o cacio e pepe, massa tradicional de Roma, super simples com molho de queijo e pimenta do reino. É pra comer lentamente e chorando de emoção.

Il vero Alfredo: sabe o fetuccine Alfredo? Aquele famoso? Pois reza a lenda de que ele foi criado aqui. Se é verdade eu não sei, mas que o bichinho é bom, é. O lugar também é bem old school, daqueles restaurantes cheios de retratos na paredes de celebridades que já passaram por lá.

Roscioli Ristorante Salumeria: um restaurante pequenininho e super charmoso dentro de uma salumeria (uma delicatessen especializada em carnes curadas, mas que também tem mil queijos, vinhos e outras delícias). Adivinha o que a gente comeu por lá? Cacio e Pepe! E tava perfeito, sem defeitos. As entradas também são incríveis, feitas com produtos que eles vendem ali mesmo no balcão.

 

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Borghiciana Pastificio Artigianale: meu restaurante preferido da viagem todinha! Assim como o Roscioli, o Borghiciana é um misto de loja e restaurante. Como o nome já diz, eles são uma loja especializada em massas frescas (pra você levar pra casa e fazer como quiser), mas que também conta com 5 micro mesinhas onde você pode pedir e comer na hora. A gente comeu uma lasanha e um (adivinha?) cacio e pepe (cês acham que configura desejo de gravidez ou não?) e tava tudo muito divino. Não à toa, o restaurante fica pertinho do Vaticano, certeza que tem a mão de Deus abençoando essa massa.

Gelatos em qualquer lugar, a qualquer hora: passou na frente de uma gelateria? Páre e peça um gelato. Pode ser de manhã, de tarde ou à noite. Pode ser qualquer gelateria. Eu tenho a teoria de que não existe sorvete ruim em Roma. Há controvérsias sobre qual o melhor, mas pra mim o Venchi é vencedor. Todos os sabores deles são super cremosos, a casquinha é crocante e você pode pedir pra eles encherem o final da casquinha de chocolate (ao leite ou amargo) derretido. Tenho sonhos sensuais com essa casquinha até hoje.

ONDE BEBER

Nessa segunda ida a Roma eu não tava podendo beber (devido à serzinho crescendo na minha pança), mas mesmo assim a gente saiu à noite, foi pra alguns bares e se divertiu (e eu confesso, tomei um golinho ou outro de vinho do marido algumas vezes que ninguém é de ferro).

Dois bairros foram os mais legais pra sair à noite. São bem boêmios, com um barzinho animado do lado do outro e gente bebendo nas ruas e praças. O primeiro foi o Trastevere, que fomos na primeira ida a Roma no ano passado (quando eu ainda podia beber as minhas próprias taças de vinho). O Trastevere é ótimo pra ir jantar e depois emendar uma peregrinada em bares diferentes. O segundo foi o Monti, que também concentra diversos restaurantes e bares. Dessa vez fomos no Ai Ter Scalini, um boteco/restaurante que fica bem animado à noite e tem petiscos incríveis.

É isso, minha gente. Espero que vocês tenham gostado das dicas e já estejam planejando uma ida pra essa cidade incrível. Eu já tô aqui sonhando em quando podemos voltar.