Guia completo para uma gravidez sem roupa de grávida
10 de Março de 2019 POR Jojo COMENTA AQUI!

Semana passada eu e Stella adentramos o nosso terceiro trimestre juntas, o último trimestre em que habitamos uma à outra.

E foi nesse trimestre que passou, especialmente nos últimos dois meses, que vi meu corpo mudar mais. Peitos enormes, barriga idem. Abracei cada centímetro adquirido como símbolo da evolução desse processo bonito que é gerar alguém. Sem questionamentos, sem “será que engordei muito?, “será que a barriga está grande demais?”, “será que está pequena?”. Aceitei e genuinamente amei o que Stella fez de mim (fora a bexiga comprimida que me faz ter vontade de fazer xixi algumas vezes ao longo da noite).

Mas esse corpo novo trouxe também desafios, em especial um que tem conexão direta com o assunto principal deste nosso cantinho da internet: como que faz pra se vestir agora, minha gente?

Se você já passou ou está passando por uma gravidez, você sabe do que eu tô falando. Se não passou, deixa eu te explicar.  Um belo dia (que pode ser mais pro início da gravidez pra algumas mulheres, ou mais pro meio pra outras), você abre o armário e descobre que 80% do que tem lá dentro não te serve mais. Literalmente parece que, no meio da noite, alguém foi lá e trocou tudo o que você tinha por peças muito menores ou simplesmente mal ajambradas que te apertam em lugares esquisitos mas continuam ok em outras partes do corpo. É calça que não fecha (ou nem entra), é camisa que o botão arregaça, blazer que parece que foi feito pra uma criança.

A verdade é que chega um ponto em qualquer gravidez que fica realmente difícil não comprar roupa nova.

E é nesse momento de transição, de não reconhecimento do nosso próprio corpo que entram as marcas de roupa gestante. Aquelas que vem segurar na sua mão pra falar: eu te entendo, toma aqui uma camisa igualzinha a uma outra que você já tem mas que cabe a sua pança.

Pois eu entrei nessa gravidez com muita consciência de que eu não queria cair nessa tentação. Depois de tudo o que eu passei na minha trajetória com a moda, me parece muito descabido comprar roupas que só me servirão por 4, 5 ou 9 meses. Decidi que tentaria ao máximo usar o que eu já tinha e, na medida da necessidade, comprar peças que fossem ser úteis para além da gravidez. Ou seja, sai numa missão de passar por essa gravidez sem roupa de grávida.

Por essas e outras, passei os últimos seis meses observando o que me serve e já projetando o que vai me servir nessa reta final. E vim aqui compartilhar com vocês o que aprendi e as peças que vem funcionando pra mim. Então bora lá?

1. VASCULHE O SEU ARMÁRIO

A primeira coisa a se fazer pra conseguir passar a gravidez sem cair na tentação da moda gestante é fazer uma auditoria do que você já tem no armário e que vai ser útil durante a gravidez.

Então, tira umas boas horas de um dia em que você estiver de bobeira pra tirar tudo do armário e organizar em duas pilhas:

  • uma com as peças que você já sabe que não vão rolar quando a barriga der o salto: vestidos mais acinturados por exemplo, peças mais justinhas no corpo e com pouco elastano, etc.
  • outra com as peças que tem grandes chances de serem as suas aliadas nesse processo: aquelas mais folgadinhas, batas e vestidos soltinhos por exemplo, calças e saias com cinturas elásticas, etc

A Carlinha e a Carol do Assinatura de Estilo fizeram um post aqui no blog há um tempinho que vai te ajudar muito a entender as peças que já estão no seu armário e vão ser super úteis nessa fase.

Separação feita, agora você consegue ter a verdadeira dimensão do que o seu armário será nos próximos meses. Sim, a pilha de peças amigas da gravidez talvez seja bem menor do que a de peças não amigas. E tudo bem. A minha dica é tentar pensar nelas como um armário cápsula, uma seleção de roupas que, por mais limitada que possa parecer, ainda pode te oferecer muitas possibilidades.

2. ORGANIZE PRA FACILITAR O DIA A DIA

Não tem nada pior nessa fase do que a gente acordar de manhã, já atrasada pra ir pro trabalho (porque-não-conseguiu-dormir-direito-porque-teve-que-acordar-quatro-vezes-durante-a-noite-pra-fazer-xixi) e ter que vasculhar o armário pra achar alguma coisa que ainda tá cabendo. Esse processo gera frustração que, por sua vez, gera tentação pra comprar coisas que não necessariamente você precisa.

E isso nos leva à nossa segunda dica. Pega aquelas duas pilhas que você separou e vamos arrumar tudo de volta no armário. As peças inimigas da pança vão lá no fundo, nas partes menos acessíveis do seu guarda roupas. Já a pilha de peças amigas da pança você coloca bem à vista, naquelas prateleiras e gavetas mais acessíveis. Quanto mais separadas essas duas pilhas ficarem dentro do seu armário, melhor.

A ideia é que, na hora de se arrumar, você saiba exatamente o que está disponível pra você usar.

3. NÃO DEIXE A CRIATIVIDADE (MUITO MENOS A VAIDADE) DE LADO

Não é porque você tá grávida que você tem que passar 9 meses usando legging. Ou que o seu armário tem que se resumir a uma daquelas calças jeans de gestante com a faixa de elástico na cintura.

Sim, seu armário vai ser mais limitado durante a gestação. Justamente por isso, a gente precisa colocar a criatividade pra funcionar! Sair da zona de conforto e testar combinações diferentes com as peças que ficaram na pilha das amigas da pança é essencial pra sobreviver à gravidez sem cair na monotonia fashion.

Terceira peça é uma super amiga nessas horas: blazers, casaquinhos, cardigãs. Se eles não fecharem por conta da pança, tudo bem, usa aberto mesmo. Outro amigo? Acessórios. Vira e mexe, eu uso a mesma roupa várias vezes numa semana só trocando um brinco, jogando um chapéu, um colar, um cachecol.

Eu tenho sentido que o fato de continuar encontrando looks legais pra usar durante a gravidez tem feito muito pela minha auto estima nessa fase. Colocar um look bacana tem ajudado a levantar a minha moral até nos dias em que acordo inchada e com olheiras e não tô me sentindo tão gatinha.

4. COMPRE PENSANDO NO LONGO PRAZO

Talvez você precise (ou queira) comprar uma coisa ou outra durante essa fase. E tudo bem. Não tô falando pra você ficar nove meses sem Zara, especialmente nesse momento de armário reduzido.

Mas na hora de comprar uma peça nova pense não só em resolver o seu problema do momento, mas se ela também vai ser útil quando o seu bebê estiver fora da barriga e o seu corpo mudar novamente.

Então aqui vão algumas coisas pra te ajudar a tomar decisões mais certeiras:

  • Ao invés de moda gestante, procure peças “normais” que, assim como as peças do seu armário que entraram na pilha das amigas da pança, podem se adaptar ao seu corpo novo e ao seu corpo pós parto: peças com tecido bem elástico, ou elásticos super confortáveis na cintura (se for um elástico muito duro, ele pode apertar a barriga), vestidos naquele estilo mais soltão, blusas e batas mais larguinhas ou ainda terceiras peças. Esse aqui eu comprei depois que a barriga já tava crescidinha, olha que lindo:

  • Nada de sair comprando o que você já tem só que em versão maior. Ao invés de comprar roupas pra substituir peças do seu armário que não estão cabendo, invista em peças que complementam o que você tem. Se você já tem um vestido preto, pra que comprar outro? Invista em outra cor, outro modelo.
  • Use as mesmas regrinhas que você já usava antes pra comprar de forma mais inteligente. Seja exigente com tecidos e acabamentos, a ideia é que essas peças durem muito mais do que só alguns meses. Também lembre de pensar em versatilidade: a peça vai render vários looks se combinada com coisas que você já tem no armário (e na pilha de amigas da pança)?

5. NO DESESPERO, PENSE EM ALTERNATIVAS MAIS INTELIGENTES DO QUE SAIR COMPRANDO

Agora se você tentou tudo isso aí em cima e, ainda assim, ainda está tendo dificuldade pra achar alguma coisa que caiba durante esses meses, talvez você realmente precise apelar pra moda gestante.

Nesse caso, a minha dica é: procure alternativas mais conscientes pra consumir essas peças. Por exemplo:

  • já tentou o mommy belt ou extensor de calça? É um acessório fácil de comprar e relativamente barato que pode ajudar a extender a vida útil das suas peças durante a gravidez ao invés de ter que sair comprando várias peças inteiras.
  • tem alguma amiga que ficou grávida antes de você e pode te repassar as peças de moda gestante que ela comprou durante a gravidez?
  • se não tiver, que tal alugar? Tem algumas empresas que agora oferecem o serviço de aluguel de roupas gestantes. A Bump Box, baseada em São Paulo, tem um esquema de assinatura em que você recebe uma caixa com quatro peças mensalmente. As peças são escolhidas pela própria marca pra combinarem entre si e renderem um número grande de looks.

  • Roupa de festa também é um troço que dá dor de cabeça pra boa parte das mulheres grávidas. Alugar o vestido também pode ser uma ótima alternativa nesses casos.
  • por fim, se precisar mesmo comprar alguma coisa, bora tentar comprar usado? O Enjoei tem um monte de calças jeans com elásticos na cintura que outras mamães já fizeram bom uso e agora estão passando adiante.

Eu ainda não senti necessidade de comprar uma peça especificamente gestante, mas entendo que cada gravidez é diferente e cada gravidez vai demandar coisas diferentes.

O ponto aqui não é se o seu corpo mudou totalmente ou só um pouco, se a sua barriga é grande ou pequena, mas te fazer refletir sobre que outras alternativas existem pra continuar comprando com consciência e inteligência mesmo nesse período lindo, porém tão maluco da vida.

Se você tiver outras dicas, compartilha elas aqui nos comentários! Mamães unidas não gastam dindin com bobagem!